Tenho 20 anos e trago comigo um bocado de sonhos, além de uma trajetória acadêmica nada linear.
Nascida e criada em Betim, comecei a estudar em BH a partir do meu ensino médio, quando ingressei no CEFET-MG. Na época, um tanto imatura e sem muitas definições futuras, me inscrevi para o curso técnico em Equipamentos Biomédicos, o qual trabalhava a eletrônica voltada para a área hospitalar. Pensei que por unir matérias de exatas à área assistencialista, seria o curso ideal para mim.
Apesar de me interessar por algumas matérias, não cheguei a me encontrar lá dentro, mas ainda assim me formei. No entanto, o dilema me acompanhou durante minha escolha de graduação, e levada pelo meu desejo de assistir a comunidade, acabei entrando para a área da saúde. Passei em Odontologia na UFMG em 2021 e desde então, pude me conhecer melhor e entender que eu ainda não pertencia àquela trajetória.
Sempre fui aquela estudante que queria abraçar o mundo, tudo me encantava, mas ao mesmo tempo sentia que não me encaixava em nenhum lugar. Adorava resolver problemas de matemática ao passo que poderia ficar horas aprendendo sobre filosofia e literatura.
Ainda guardo em minha memória, imagens da infância em que minha versão de pouco menos de 1 metro se divertia horrores com as caixas de papelão que sua mãe trazia do trabalho, pois cortando, colando e encaixando tudo aquilo, ela conseguia criar tudo que sua mente ousasse imaginar.
Dessa forma, a arquitetura me encontrou e eu enfim me encontrei nela, descobrindo esse universo de possibilidades, inovações e soluções. A chance de usar a criatividade como ferramenta social e política me brilha os olhos e me enche o peito. Me apaixonei pela forma como a arte e os espaços desenham as relações de uma sociedade. Espero encontrar na graduação, um espaço não apenas para meu crescimento acadêmico, mas uma janela para novas realidades e novas formas de se pensar o mundo.
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